Os meus diamantes-de-gould

Boa tarde a todos e obrigado por me terem aceite no forum.
No dia 30 de novembro do ano passado desloquei-me à Avisan em Santarém e após uma volta pela feira fiquei encantado com estes passarinos. Comprei 6, supostamente 3 casais. Perguntei que cuidados devia ter e só me disseram que alimentação devia dar (mistura para exóticos) e água todos os dias. Apesar de me parecer demasiado simples, face ao entusiasmo, não me detive e lá vim eu com 6 diamantes-de-gould numa gaiola pequena que comprei também na feira.
No dia a seguir fui a uma loja de animais e comprei uma gaiola maior (60 cm por 30 cm por 40 com) com poleiros de madeira e de lá trouxe mais umas dicas, grit e espiga de paianço. Nada me avisaram de doenças e nem perguntei, porque haveria de pensar nisso, se eu estava apaixonado por aqueles 6 peninhas e nada lhes aconteceria.
A minha intenção inicial não era e não é criar, mas sim construir um lar para eles e me dessem o prazer de aves bonitas na minha sala. Comprei plantas e ninhos para enfeitar a gaiola, novos poleiros e nova comida. A dedicação era muita, mas eu estava contente.
15 dias depois chegou uma gaiola que encomendei pela internet e que instalei na sala. Se conseguir faço uma publicaçao da gaiola e desses meninos.
Entretanto fui lendo cada vez mais coisas pela internet, coloquei vaselina nas patinhas de todos porque deparei que tinham crostas nas patinhas. Parecia tudo a correr bem apesar disso, porque 2 dias depois estavam bem. Comprei mais 2 perto do final de dezembro e um deles, sem que eu tivesse o cuidado devido, veio doente. Fui incaúto e precipitado, mas já me penalizei por isso suficiente. Ela morreu 3 dias depois e desde aí de oito fiquei com 3. Já gastei mais em veterinário dos que nos pássaros. Após a segunda morte, o veterinário deu-lhes desparasitante interno (panacur), antibiótico (baytrill) e desparasitante externo (ivomec), mas destes 3 estão de novo 2 doentes. Continua com as tomas de ivomec, que a veterinária diz ser para os acáros. Não sei que mais fazer, mas doi-me o coração de em poucos dias de tão bonitos se tornarem embolados e imobilizam-se muito, apesar de continuarem a comer e beber bem. Uma semana após o antibiotico e por conversa com a veterinária comprei mais 2, mas mantenho-os no oposto da sala na minha casa na gaiola provisória.
Esta foi a minha apresentação. Fico disponível para as perguntas, dicas e ajudas, inclusive acrescentar mais dados. Tendo em conta que estou a sofrer - literalmente - com a doença e morte deles continuo com vontade de mante-los e ter mais ... porém tenho receio de ser algo sistemico que criei aqui e não quero trazer mais pássaros para a sua tortura e morte.
Paulo Bento
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Bom dia Paulo Bento.
Primeiro que tudo, bem vido aos Conselhos do Ferreira.
Veio ao sitio certo resolver problemas dos seus passarinhos, pena não ter sido assim que os comprou e agora vai ser uma batalha quase inglória.
O amigo fez-me lembrar os tempos idos quando comprei os primeiros Goulds, estava eu em 1967 com 19anos e fui juntamente com um senhor do Porto os primeiros a adquirir tais aves em Portugal. Escusado será dizer que não me duraram mais que uma semana em casa, pois à época tratavam todos os exóticos da mesma maneira o que é errado e alem disso não havia comida especifica para cada espécie, só depois de me deslocar ao Consulado da Austrália e enviarem-me tudo o que dizia respeito a Diamantes Gould em estado selvagem e adaptar os costumes para cativeiro, só começando a manter e a criar em continuado a partir de 1973, época em que a minha vida estabilizou depois de vir da Guerra Colonial (Moçambique) com emprego estável.
Os Diamante Gould são aves muito tranquilas e não são assim tão difíceis de criarem em cativeiro desde que lhes demos as condições mínimas necessárias. Actualmente, a coisa em termos de doenças que antigamente não havia está a piorar e penso que sejam introduzidas de propósito em especial na alimentação base para que os químicos que aparecem há venda no mercado dêem bastante lucro.

Um abraço, Ferreira

Boa tarde Senhor Ferreira,
Muito grato pela sua resposta, seus comentários e pequena história dos seus primeiros passarinhos. Temos 2 coincidências de passagem de vida desse seu relato: Eu nasci em Moçambique e fui criado no Porto    So quando comecei a trabalhar me desloquei para Lisboa.
Sim de fato penalizo-me de não ter buscado ajuda com experiência no início. Não me posso penalizar porém por tentar buscar a ajuda desde então, pelo menos em investimento de tempo e dinheiro. Tenho tentado emendar-me para resolver os problemas. Algo que está muito mal é de quem os vende ou pelo quem me vendeu a mim, pois deveriam passar conselhos práticos essenciais às pessoas que adquirem as aves. Eu não vejo as aves bem como outros animais como coisas e por isso sinto-me revoltado por não haver essa preocupação em quem vende. São seres vivos que têm uma vida única e que temos de respeitar e garantir que o próximo leva essa preocupação para casa quando faz a troca de ser vivo por dinheiro. Eu pensava honestamente que a proteção que lhes conferia, o lugar que lhes propiciava e a alimentação que lhes dava eram coisas básicas e que o resto viria por acréscimo. Estava muito errado e aprendi logo muito desde o início. Para uns passarinhos foi tarde, para outros espero ainda conseguir ir a tempo.
Assusta-me a questão que comentou sobre a alimentação base e fico aberto a sugestões. Eu evitei comprar a granel, porque pensei poder haver sementes mais antigas e rançosas que acabem por fazer mal. Comprei uma vez e deitei tudo fora passado menos de uma semana, pois verifiquei que deixavam um pó escuro no comedouro que não era igual à primeira dosagem que comprei.
Aguardaria impacientemente por algum conselho que me possa dar em relação aos 5 passarinhos que ainda tenho. Eu vou na sexta-feira dar uma nova toma de ivomec à veterinária. 3 deles estão numa gaiola grande e os outros 2 mais recentes, e que estou a tentar evitar coloca-los junto dos outros que foi onde aconteceu desgraça, numa outra mais pequena e afastados dos outros numa outra divisão. Não misturo comida e antes que toco nas coisas de uns passo as maõs por um antisético.
Um grande abraço,
Paulo

Boa noite Paulo Bento.
O amigo nasceu em que terra de Moçambique?
Todas as misturas mesmo de marca ganham pó próprio de sementes ao roçarem-se entre elas, claro que as que são vendidas a granel têm mais pó porque não são limpas antes de serem ensacadas, com isto não quer dizer que sejam de inferior qualidade desde que a saca depois de aberta se gastar num espaço de tempo escrito na saca. Arranje uma peneira das de cozinha e peneire antes de meter as sementes no comedouro e até mesmo as existentes no dito depois de assoprar as cascas.
É verdade que os lojistas não percebem nada de pássaros e nem querem saber, o intuito deles é venderem mesmo a morrerem e os produtos é a mesma coisa.

Um abraço, Ferreira

Boa noite Senhor Ferreira,
Eu nasci na cidade de Lourenço Marques, tendo a minha familia regressado a Portugal em 26 de maio de 1976. Eu estava a caminho dos 8 anos quando regressámos.
Tenho de comprar uma peneira.
Obrigado e um abraço,
Paulo Bento

Bom dia Paulo Bento.
Com que então o amigo Paulo Bento é coca-cola
Conheci bem Lourenço Marques, não por ter feito lá serviço Militar mas antes em passeio. Por cada 4 meses de combate no Norte, ia-mos passar um mês de descanso a Inhambane e havia sempre uma viatura para a praia do Tofo (Inhambane) e outra para irmos ali a Lourenço Marques (430Km)

Um abraço, Ferreira